terça-feira, 24 de novembro de 2009

Devaneios

Esta ânsia de liberdade,
Este querer incessante de esquecimento
Esta voz que clama pela solidão
Este feroz ardor na alma....

Estas correntes ferrugentas
Que persistem em enlouquecer-me,
Estas fendas que deixam passar a dor
Toda a morte que emana do meu coração...

Já nem é por me ter iludido
Não é por não reconhecer quem eu sou
Ou até por não ter o que quero
É apenas por não ter mais sentido a vida!

Porque por mais que os teus lábios me toquem
Não será a tua alma que me agarra
Não será o teu esplendor a tirar-me o coração
Porque tu não existes
És algo que se extinguiu.

Não te quero mais,
Já não serás mais o veneno que me destrói
Serei livre sim!
Serei a louca sem fronteiras !

Autora: Ana Martins

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Realidade

Sabes bem que não sou tua!
És meu mas não te amo,
Tens a ingenuidade eu tenho o controle,
Queres ter-me em posse, eu quero liberdade...

Porque não sou aquilo que tu aspiras...
Não sou mulher pra ti!
Sou uma louca em busca de um sonho
E não a escrava do teu amor...

Mas, mesmo que seja insignificante,
O teu amor pisarei
Porque, sim eu sou impiedosa,
                                                                                                         Sou a alma que atormenta o caminhar...

                                                                                                          Autor : Ana Martins

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Perfeito

Não são os olhos que me hipnotizam...
Não é a boca que me envenena de dependência
Não são os braços que me envolvem na loucura
Mas sim todo o teu ser perfeito...

Essas tuas mãos que ameaçam não me largar,
Esses gestos carinhosos que me rasgam o peito,
Essas palavras dóceis que me conquistam...
De vastas ilusões se tornaram realidade...

De abundante beleza se abasteceram as flores
De vasta ternura se revelaram as borboletas,
De grande perfeição se revelou
Aquele que levou meu coração.

E contudo,só pequenas agulhas de sofrimento
Alcançam este desejo de ti....
Este contentamento de amar e ser amada
Finalmente a cura para a louca incompreendida...

Autora : Ana Martins

Ansia de liberdade

Não peço o amor ansiado pelos humanos
Não peço horizontes de sonhos,
E muito menos a felicidade...
Mas somente a liberdade.

Essa liberdade avassaladora
Anseio-a de todo o coração
Deixo de parte sonhos há muito prometidos
Abro a alma á solidão

Já não sei o que sou
Deixei de tentar definir a estranha imagem
Deixei de definir a desconhecida
Que vejo quando me olho ao espelho...

Desisto de tudo,
desprendo-me de fantasias,
Versáteis pensamentos enganados
Somente a solidão me visita....

Talvez a morte conviva com a liberdade
Mas se for essa a condição
Meu peito de desconhecida
Aceita pra sempre a solução...

São estes meus tristes devaneios,
Anseios, desejos, amarguras...
Simples confissões de pessoa enganada
Com falsas ilusões que me levam á loucura...

Autora: Ana Martins

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Lágrima


Caiu uma lágrima, Ouves?
Talvez não te desses conta
De que a lágrima muda
Saiu de dentro do meu ser...

E sabes tão bem
Porque saltou esta lágrima,
Foste tu que a fizeste sair
Do mais intimo do meu ser!

É essa lágrima
Que transborda de desconsolo
De desilusão e amargura,
Que leva o ódio a quem não precisa!

E este sentimento de tristeza,
Que tenho dentro de mim,
Será algo passageiro
Ou uma marca de pessoa rejeitada?

autora: Ana Martins

quinta-feira, 5 de março de 2009

Ser desconhecido





Os meus leves passos
Ecoam na casa vazia,
Casa abandonada pelos momentos
vividos na minha alma...

O meu reflexo aparece
No vazio da escuridão,
Oh triste ser inefável,
Que vive na ilusão!

Os negros olhos chorosos,
A frágil pele descoberta,
Os escuros cabelos caídos
São o reflexo do meu triste ser...

Oh minha alma sem cura,
Presa no corpo desconhecido,
Serei mais uma alma esquecida
Ou aquela que vive na loucura?

Autor: Ana Martins

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Rio consolador

Olho para o rio,
Aquele único espectador
Das nossas noites,
Em que dizias amar-me...

Acreditava eloquentemente
Nas tuas doces palavras,
E só o rio guardava
Os meus simples devaneios.

Oh! quantos beijos trocados,
Tantas promessas inválidas
Que só o rio espectador
Decifrava o significado!

Oh! rio esplêndido!
Antes eras o meu publico
Hoje és o meu confidente,
Guarda-me as lágrimas derramadas
Pela pessoa inexistente...

E todos esses momentos
De beleza inefável,
Tornaram-se o sonho
Da louca incompreendida...

Autora: Ana Martins

domingo, 18 de janeiro de 2009

Mudança

Olho-me ao espelho
Observo o meu corpo,
Já não há marcas
Da criança que fui...

Olho-me ao espelho
Vejo o reflexo de uma mulher,
Já não reconheço quem é ela,
Já não reconheço quem sou!

Olho-me ao espelho:
Nada faz sentido,
Só memórias ficaram
Da criança desaparecida...

Olho-me no espelho:
Vejo que o tempo fugiu,
Depressa me transformei,
Depressa perco a liberdade!

Onde está a criança que sonhava?
Onde está o tempo roubado?
Quem sou eu?
Sou a alma sem cura...

Autor:Ana Martins