sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Memórias não esquecidas

Devagar levanta o vento,
Com ternuras nele ocultas
Sai e entra com as memórias
Que tanta mágoa arremessa!

Sinto um leve toque,
Diafano desejo,
Solta-se o frémito calado
Difunde-se o puro sentimento...

Memórias não esquecidas
Da sonhadora nata,
Vento, que levas tudo,
Leva também minha mazela!

Infrutífero pedido,
Inexpugnável destino,
Fico á espera da alquimia
Que liberta a minha alma...

Autor: Ana Martins

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Conto inédito

Beleza inefável,
De um conto inédito,
Frémito silencioso
Do puro viperino...

Quem é aquele mazorral,
Que tão imperceptível
Magoa tanta beleza?

Memórias versáteis,
Da doce incontestável,
Enquanto o maldoso
Ornamenta o triste sofrimento!

E a lei ilícita ordena
Que a beldade seja tirada ao mundo,
Que triste destino obstinado,
Daquela donzela embelezada...

A mágoa se foi,
A liberdade perdura agora,
Para todo sempre seja
Sua alma livre e luzidia...

Autor:Ana Martins

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Pessoa inexistente

Senti o teu toque,
Tão leve e suave,
Senti o doce hálito
Da pessoa que não existe...

Terrível perda
História eloquente
Doce palavra
Que não foi pronunciada!

Hoje senti o aroma,
Hoje senti-te ao meu lado,
Triste sonho acordado
Da pessoa que te amou!

Depressa corres
E sinto a brisa,
Chega cá meu amor,
Pessoa inexistente...

Amarga verdade,
Sentimento implícito,
Que triste vaidade,
De uma louca de luto...

E tudo isto,
Pela pessoa inexistente,
Loucura inefável,
Da pobre sonhadora!...

Autor: Ana Martins

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Desabafo de uma alma

Eleva-se o luar
Eterno erário;
Levanta-se a brisa
De um sonho inescrutável...

Triste ulular,
De um solitário ser
Obra inédita
De um triste pecador!

Que sentido tem a vida,
Se não existe a quimera,
A utopia que tanto desejamos?

Vagueio na álea do coração
Tristes devaneios versáteis
Eleva-se o canto sepulcral,
De quem sonhou com tanto!

Que inércia neste planeta!
Já não há alquimias perpétuas,
Não há maravilhosas ilusões,
Neste mundo vasto e só...

Mundo atroz
Que me levas a vida,
Que me levas o corpo,
Deixa a minha alma
Que nela habita a liberdade!...

Autora:Ana Martins

quarta-feira, 23 de julho de 2008

Delírio

Sinto os teu braços,
A percorrerem a minha silhueta
E no mais doce dos suspiros,
Sinto o teu beijo.

Sinto os teus lábios, meu amor,
A percorrer a minha face,
As tuas pernas fortes
A envolver-me num delírio.

Aperta-me assim, meu amor,
Como se fossemos um só,
Eleva-me no pensamento
Que só eu o poderei ver.

Doce delírio de uma louca,
Louca que se entrega ao mais infimo pensamento,
Leva-me o coração
Mas o meu pensamento será sempre teu...

Autora:Ana Martins

quinta-feira, 22 de maio de 2008

As Sementes

Na vasta terra fértil,
Lanças-te as sementes da vida,
Onde com cuidado e carinho
Duas plantas da terra brotaram.

Regas-te com prudência
As plantas semeadas,
Enquanto a terra
As suportava e protegia-as.

Todos os dias, o Semeador
Trabalhava para as plantas
Que depressa se transformaram
Em belas flores...

Com amor e gratidão,
Deram fruto de tanto esforço,
E aprenderam correctamente
O custo da vida dolorosa.

Tu, vasta terra, minha Mãe
Tu, Semeador, meu Pai
E tu, semente, minha Irmã
Merecem todos os meus sorrisos,
Todos os meus sóis,
E todo o meu coração e alma...

quinta-feira, 15 de maio de 2008

Alegria

Sentimento feliz
Que habitas no meu coração,
Espalha as sementes,
No solo fértil deste meu orgão.

Semeia para que
Cresçam as raízes
Que não deixam passar
O ódio que tanto me procura.

Semeia para que
Esta sensação de bem estar
Perdure eternamente
No meu ser.

Semeia para que
No seio da terra
Nasça a planta forte
Que dará fruto.

Semeia para que
A minha vida faça sentido
E para que
A minha alma fique mais leve!

Semeia para que
Nada mais me possa entristecer,
E para que
A amizade e o amor renasçam no meu ser

Semeia para que
Não haja lugar para as ervas daninhas
Que teimam em vir ,
E para que nunca mais cresça dentro de mim
Nenhuma semente maligna...

Autora: Ana Martins

Sonho

Um sonho que vem
Um sonho que vai
Um sonho que fica
Na recordação!

Um sonho de intriga,
Ou de fantasia
Sonho delirante,
E repleto de magia!

O sonho que é futuro,
O sonho que é passado,
O sonho que perdura
Em alguém que foi amado.

Sonho que alcança,
As nuvens do infinito
Sonho que dá esperança,
Á débil vida...

Sonho obstinado
De alguém enfeitiçado,
Sonho de um mundo
Ridiculamente moribundo.

Sonho que é meu
Sonho que é teu
Sonho que um dia
Se vai concretizar!

Autora: Ana Martins

Desilusão

Desilusão ilustre,
Que te afundas no meu ser
Rasgas-me o coração
Como se fosse veneno.

Veneno que arde,
Nas veias.
Veneno que mata
De tristeza.

Mentiste-me com teus lábios,
Revelas-te a verdade com teus olhos
Determinas-te com teus gestos
a tua sentença final!

Acreditei naquele
Que algum dia me fascinou,
Confiei na alma
Que me enganou.

Profunda desilusão
Eterna companheira,
Persegues-me com teus tentáculos
Obscuros e gelados...

Dor que me atormentas
Durante a minha vida
Parece que me conduzes
Para o alto do cume infernal!

Consolo-me por fim,
Com meu triste destino
Carregar atroz dor,
Que secretamente guardo

Autora: Ana Martins

Desafio

Senti um arrepio,
No meu coração
E aceitei o desafio
De me entregar á paixão.

A noite chegou,
As estrelas também
Voei até elas
Para falar de alguém.

Parti para a lua
Branca e sorridente,
Percorri a fria rua
Da conselheira consciente.

Á terra desci
E com mil palavras descobri:
Que o amor só era lindo,
Quando se era correspondido.

Depressa concordei
Com as palavras da sábia lua,
Pois quando me apaixonei,
Senti a verdade crua...

Muitos anos se passaram
E os sentimentos se transformaram
De amor delirante,
Passou a amizade fascinante!

Despedi-me dele,
Mas primeiro prometi:
Que sempre o viria visitar
Para com ele conversar.

Parti para o meu ninho,
Quente e acolhedor,
Voltei ao mundo de sonho
Onde posso fantasiar!...

Autora:Ana Martins

segunda-feira, 21 de abril de 2008

poema de s. valentim

Se tu fosses a chuva
Eu não saía da rua
Pra sentir na pele
O gosto que tu tens minha musa.

Se tu fosses o sol
Eu morreria exposto a ti
Só para passar mais tempo contigo,
E ficaria cego
Só para te poder ver uma única vez.

Se tu fosses a tempestade
Arriscava a minha vida
Perante os teus raios
Só para deslumbrar a tua beleza natural.

Se tu fosses o vento
Passaria frio só para
Sentir-te nos meus lábios.

Se tu...

Mas como és uma pessoa
Só posso conquistar-te
Amar-te
Beijar-te
E tentar ficar contigo o máximo tempo possível

Autor: Ana Martins

Pianista

Lindo pianista, porque tocas tão bem?
Estarão tuas mãos enfeitiçadas
Ou apenas pelo piano apaixonadas?

Não sabes o quanto é encantador
Meu amigo,
Ouvir o timbre das notas
A fluir do piano
Quando com tuas mãos graciosas
Tocas nas teclas delicadas.

Terás um dom assim tão grande?
Serás tão bom assim
Para me encantares até ao fim?

Ou serei eu só uma tonta
Que vê as coisas de outra forma
Que vê as coisas de ponta?

Vem meu lindo Pianista
Vem ao meu encontro,
Para que no primeiro lugar da tua lista
Seja eu digna de te ouvir
Quando eu quiser, sem que insista.

Vem e ilude-me
Com tuas canções suaves
Ou quem sabe emocionadas
para meus versos
Mais fortes ficarem.

Nada mais tenho a dizer
Só que és maravilhoso
E me fascinas,
Porque és tão esplendoso
Quando aos meus ouvidos me cantas.

Me cantas e tocas
Tocas no teu instrumento
Que as paredes sejam ocas
Para ouvirem o teu afinamento...

Nota: este poema foi dedicado ao meu amigo Rafael Araújo que é um grande pianista dedicado á música e que sonha ser Maestro. Tem muito talento. Sempre me apoiou. Sempre adorei ouvi-lo e ele sabe disso.
Quando tenho disponibilidade vou ás audições dele. Obrigada por tudo.

Maninha

Volta para mim, minha irmã
Que me fazes tanta falta
Vem e volta para o meu clã
Pois não há nada mais em alta
Que o nosso amor e amizade...

Volta, pois por ti choro
Com desgosto e amargura,
Parece que um grande meteoro
Me feriu sem ter mais cura.

Volta, pois a saudade mata-me
Não consigo viver sem ti,
Volta e ama-me
Minha dini chiripipi.

Volta por favor,
Tenho saudades das nossas noitadas
Em que dormíamos agarradas,
Ou passeávamos para nos divertirmos
Nas noites mais loucas, meu amor.

O meu sangue
Procura na solidão
O teu amor quente
Que me abraça na escuridão.

O sangue que nos une
Não será destruído,
Pois tão bem constituído
Sairá sempre impune.

Nada custa mais que a nossa separação
A dor profunda que se enterrou
Aqui dentro, bem lá no coração
Todo o meu corpo com a tua ausência chorou.

nota: Este poema foi dedicado à minha mana, que mudou de casa. adorámo-nos e passamos os melhores momentos juntas. Vemo-nos frequentemente. Beijos da pocoyo.Ana Martins

Vento

Vento, onde vais?
Por esses caminhos, sem rumo?
Voas suave sobre o cais
Voas em todo o mundo.

Quando paras de voar?
Talves nunca, talvez um dia
Voas de volta á escuridão do luar
Para arrefecer as minhas noites.

Noites de solidão
onde reina a escuridão,
Noite gelada onde
Durmo aninhada...

Vais e vens
Que ritmo frenético
Pareces os homens,
Com vidas monótonas e sem sentido.

Autor: Ana Martins

sábado, 29 de março de 2008

A Noite

Noite fria e escura,
Que me fazes companhia
Quero sentir
Teu toque de doçura...

Noite solitária,
Que cobres
Tudo com teu manto sombrio;
Vem a mim, ó lendária
Quero te ter ao meu lado!

Ó noite estrelada,
Que com teu tecto me proteges,
Sinto-me lisonjeada
Por tua companhia merecer!

Minha eterna amiga
Canta-me aquela cantiga,
Que me faz adormecer
Sobre o teu olhar de enternecer...

Não te vás embora,
Pois logo vem o sol
Que abre o primeiro girassol,
Como quem diz:"está na hora".

Não quero envelhecer
Deixa-me contigo ficar!
Não quero a minha vida a correr
Quero a minha juventude para variar...

Se eu pudesse contigo viajar
Tocava nas estrelas repletas de magia!
Sentiria o teu braço forte
E contigo morreria.

Noite...Leva contigo
As minhas agonias,
E limpa-me a alma
Tão suja de desilusões!!

Noite fascinante
P´ra mim és como uma amante,
Admiro-te de longe,
E espero que o dia acabe
Para contigo de novo ficar,
Ficar para sonhar...

Autor:Ana Martins

sexta-feira, 28 de março de 2008

tempo

Mais um segundo passou;
Mais um minuto voou;
Mais uma hora correu;
Mais um dia de quem morreu...

Uma semana acabou,
E o mês foi passando,
O ano inteiro cantando,
Mais uma década voando.

Tempo, Tempo meu,
Que me foges por entre os dedos
Sorte de quem perdeu
A triste vida de medos....

Vagueio pela rua,
Rua de amargura e dor;
Todo o encanto e calor
Caíu para ficar nua!!

Vida atroz e selvagem
Que corres junto ao tempo,
Esse teu companheiro viagem
Que te faz dormir ao relento...

Ó cruel destino
Que me fazes caminhar para a morte,
Já ouço o grande sino
A tocar com grande porte....

Tempo que levas a minha juventude
Porque me deixas nesta inquietude?
Levas-me tudo o que tenho no coração,
Para me deixares na solidão!!!

Procuro a paz dentro de mim
Mas porque tem de ser assim?
Não te posso parar,ó veloz tempo
Pois corres como o vento....

Autor: Ana Martins

sexta-feira, 14 de março de 2008

felicidade mutua

Hoje descobri que já não o amo
Descobri que talvez,
Confundi o amor com amizade
e só agora vi a verdade...

SIM! É REAL!
Que feliz que eu estou
que grande alívio
Saber que quebrei a maldição.

Estou livre!SIM!
Nem acredito!
Acho que quando olho para trás
Só vejo dois bons amigos.


Hoje quando me contaram
Que eu não era correspondida,
Não me senti nem perdida
Senti...um vazio enorme
e inesperadamente uma grandiosa alegria.


Não senti nada!
Não senti dor!
Não chorei como faria antes,
Quando o amava verdadeiramente.


Continuo à espera do amor
À espera do esmagador sentimento
Que me vai deixar louca
De alegria ou de tristeza.
Que assim seja.
Aceitarei o destino sem medo...

Autor: Ana Martins

domingo, 9 de março de 2008

pequeno pensamento

Para mim a leitura é um meio de comunicação que serve para informar, para imaginar, entreter, distrair, para nos aventurarmos pelas letras abundantes que circulam pelas linhas, para conhecermos novas culturas, novas palavras, novos conhecimentos. Para absorvermos a fantasia ou realidade desta. Por outras palavras a leitura para mim é: a água que eu preciso para saciar a minha sede, é o lugar onde me perco, onde me distraio, onde me aventuro, onde me apaixono, onde vivo verdadeiramente, onde vivo cada letra, cada linha em personagens diferentes, onde conheço novos sítios e lugares. É resumidamente A MINHA VIDA E O QUE ME DÁ MAIS PRAZER. É o meu consolo, nas noites frias, solitária e chatas. É o meu braço amigo que me faz esquecer os problemas e viajar pelo mundo. É o fenómeno mais belo de todos. É o que me desenvolve a mente e em tira o entulho que ocupava o seu lugar. Hoje a leitura para mim é tudo. Esta é a minha opinião.

Autor:Ana Martins

poema

Escondida atrás dos meus caracóis
Olhava-te sorrateiramente
Pensava que era impossível
Amar verdadeiramente.

Conheci então,
O verdadeiro amor
Sem saber que com ele
Vinha a dor atroz...

Cegaste-me com a tua maneira de ser
Mas que hei-de eu fazer?
Meu coração por ti batia,
E meu sangue fervilhava.

Mas com o passar do tempo
A dor tornou-se maior
Foi então que descobri
O que era uma desilusão de amor.

Ah! Se eu pudesse tirar de mim
Esta flecha que se espetou
Dentro do meu coração,
Mas para minha terrível condenação
Fiquei magoada na solidão.

Nada posso fazer
Só o tempo dirá
Mas se eu não te esquecer
A minha esperança nunca morrerá...


Autor:Ana Martins

poema de amor

Hoje queria sentir o teu cheiro
Para adormecer mais tranquila, meu amor.
Hoje queria sentir a tua voz
Nos meus ouvidos a murmurar com ardor.

Hoje queria-te ao meu lado
Para sentir o teu braço forte
Hoje queria os teus lábios
Para sentir o teu beijo.

Se para sentir o teu beijo
Tivesse de morrer
Entregaria a minha alma
Para o sabor dele comigo trazer.

Será que me amas?
Talvez sim, talvez não
Sei apenas que é insuportável
Sentir a tua ausência aqui.

Hoje espero-te no corredor
Como todos os dias habituais
Olho sempre para o relógio
Para poder te ver uma vez mais.

Esperarei por ti
Até eu morrer
Até a minha alma se elevar
Para se unir à tua.

Autor: Ana Martins